Estimuladas
por uma situação política e econômica opressiva, externamente o Brasil sugado por Portugal, sustentando um Estado
doente e apodrecido. Nessa época o seminário de Dom José Joaquim de Azevedo
Coutinho em Olinda divulgava novas ideias. Buscava Liberdade através de uma
republica. Todos no nordeste são vítimas, ricos e pobres. E esta generalização
das vítimas possibilitou a união das camadas diferentes da população,
levando-as à luta contra o inimigo comum, Portugal. A revolta estourou no dia 6
de Março e teve duração de 75 e cinco dias. Logo no dia 8 de Março de 1817
estava constituído um governo republicano tão sonhado pelos lideres
Pernambucano. Administrado por um governo de cinco nomes, com um conselho
também de cinco membros, com uma durabilidade tão pequena, mas foi o bastante
para demonstrar como se desmonta uma maquina de opressão.
A republica de 1817 foi o primeiro governo realmente brasileiro.
Previa uma constituição a ser votada por uma assembleia constituinte; tinha
traços progressistas notórios para a época, liberdade religiosa e de
pensamento, entre outras. Seus lideres lutaram ativamente por aquilo que
chamavam de “direitos naturais” dos cidadãos. Tratava-se, sobretudo de uma luta
contra a censura, ou seja, pela liberdade de imprensa. No que diz respeito à
religião, à moral e à política, o indivíduo precisa ter assegurado o seu
direito à liberdade de pensamento e de expressão. Foram estas ideias que
impulsionaram o movimento emancipacionista. E dentro deste sistema, os padres
estão bem presente, um deles, Frei Caneca, teve uma participação marcante porem
não muito citada, segundo alguns teóricos. Joaquim da Silva Rabelo, Frei Caneca
(1779 -1825) foi educado no convento do Carmo e Professor do Seminário de
Olinda, centro de difusão das ideias liberais, tornando-se um intelectual erudito
e homem de ação. O Seminário de Olinda era uma das melhores escolas secundárias
do Brasil. Nela, os jovens eram formados segundo um novo modelo inspirado na
observação da natureza e na valorização de um espírito prático, afastando-se
das especulações do ensino jesuítico. Esse era o modelo de sacerdote que se
pretendia formar no Seminário, educando sempre jovens atentos aos elementos da
natureza, mas também contribuía, para formar, no plano político, republicanos
desejosos de livrar-se de Portugal. Foram esses pressupostos pedagógicos que
orientaram a educação de Frei Caneca. Seguiu vida religiosa e participou
ativamente nos centros políticos liberais. Tornou-se professor de retórica e de
geometria no convento. Desenvolveu estudos de gramática quando esteve na prisão
e lecionou filosofia. Influenciado pelas ideias liberais de sua época,
participava de um grupo de pessoas que partilhavam com os princípios defendidos
pelas lideranças da Revolução Francesa e da Independência do EUA.
Além disso,
elaborou textos de conteúdo didático preocupado em instruir o povo, segundo os
valores que acreditavam corretos. Frei Caneca foi “defensor do equilíbrio dos
poderes, do respeito à constituição e, sobretudo do fortalecimento da
civilização através da educação, do esclarecimento, da propagação das Luzes do
saber”. O religioso concebeu a educação como aquela que liberta as massas e a
forma de conseguir conquistar, os objetivos, passa tanto pela educação quanto
pelo meio de comunicação, Tanto assim que em 1823 fundou um jornal para
conseguir transmitir os seus pensamentos. A igreja na época estava sendo
tolhida de expor seus pensamentos. A religiosidade estava presente dentro das ideias da revolução pernambucana. Em nenhuma outra região, a impopularidade da
Corte portuguesa foi tão intensa quanto em Pernambuco. Outrora um dos mais
importantes e prósperos centros da produção açucareira do Nordeste brasileiro,
Pernambuco estava atravessando uma grave crise econômica em razão do declínio
das exportações do açúcar e do algodão. Além disso, a grande seca de 1816
devastou a agricultura, provocou fome e espalhou a miséria pela região.
Destacaram-se
neste trabalho, os padres João Ribeiro, Miguel Joaquim d’ Almeida Castro
(miguelinho) Joaquim do Amor Divino Caneca (frei caneca) João Ribeiro Pessoa de
Mello Montenegro e José Inácio de Abreu e Lima (padre Roma), tiveram
grande influencia dentro da revolução Pernambucana. No caso de frei caneca
alguns autores dizem que, é triste, porém, verificar que um dos personagens da
história pernambucana deixou de ser devidamente lembrado ou foi apenas
timidamente mencionado. Militarmente, os revolucionários tiveram que enfrentar
forças muito superiores às de que dispunham. Foram muitos, também, os mortos e
feridos. Ao norte do Recife, tentara-se o sistema de guerrilhas e nelas
destacou-se a figura singular de um padre guerrilheiro, o padre Souto Maior,
liderando seus homens com muita bravura e poucos conhecimentos militares.
Porém, muitos membros do clero viram um perigo na liberdade religiosa, ate
então proclamada, o que provavelmente significaria uma diminuição do poder
político da Igreja. Presos, os líderes, entre eles, Martins e o padre
guerrilheiro Antonio de Souto Maior, que o marechal Cogominho logo os fez
transportar para um dos navios do bloqueio de nome sinistramente irônico,
Carrasco.
A
revolução pernambucana de 1817 pode ser entendida como uma mudança de estrutura
ideológica no sentido amplo da questão. A presença de clérigos é evidente
dentro do contexto da revolução de 1817, liderado por Domingos José
Martins, seus ideais iluministas atingiram uma mudança radical na estrutura do
pensamento filosófico do sistema vigente.
Referenciais
bibliográficas.
BRASIL
500 ANOS. Período 1815 a 1831.Editora Abril.